quinta-feira, 2 de abril de 2009

Escola e Educação na visão de Tres Pensadores

Quero apresentar-lhes um trabalho sucinto realizado pelo grupo de Pedagogia da Faculdade Anchieta em São bernardo do Campo - SP, que visa a opinião de pensadores renomados a respeito da Educação e da Escola como instituição de Ensino. Em tese colocamos resumos apresentados pelo grupo de estudo.
Em resumo agradeço ao grupo de Pedagogia do Segundo Semestre Noturno da Faculdade Anchieta e em especial aos idealizadores: Daina Santos , Karen Camargo, Marly Castro, Leidiane Lacerda e quem lhes apresenta Jéssica Caroline.
Espero que apreciem nosso trabalho.

Paulo Freire


Educação:


O conhecimento é um processo que se realiza no contato do homem com o mundo vivenciado em transformação contínua.
“... o educador já não é aquele que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando, que ao ser educado, também educa...”
A Educação é ideológica, mas dialogante, pois só assim pode se estabelecer a verdadeira comunicação da aprendizagem entre seres constituídos de almas, desejos e sentimentos.
“... a concepção de educação percebe o homem como um ser autônomo...”
Esta autonomia está presente na definição de vocação ontológica de ‘ser mais’ que está associada à capacidade de transformar o mundo.
“... é preciso que a educação esteja em seu conteúdo, em seus programas e em seus métodos, adaptada ao fim que se persegue: permitir ao homem chegar a ser sujeito, constituir-se como pessoa, transformar o mundo e estabelecer com os outros homens relações de reciprocidade, fazer a cultura e a história...”
É necessário tomar consciência da realidade e, mais ainda, da sua própria capacidade de transformar a história da sociedade.

Grupo:

Percebemos que, na visão de Paulo Freire, a Educação está dentro de um fluxo contínuo de aprendizagem, onde o ser pode aprender e ensinar sucessivamente.
É necessário também, que o homem tenha para si, uma identidade própria acima dos aspectos animais que o torna capaz de mudar a história de uma sociedade.
Devemos tornar a educação parte de nossos planos a fim de transformar nosso meio e, na mesma proporção criar uma correlação com outras pessoas para, dentro da sociedade, criar cultura e história.

Escola


A educação assume caráter amplo, não restrito a escola em si e nem a um processo de educação formal.
“... portadora de uma natureza imutável da qual se diga é boa, é má, a escola não existe... a escola está sendo historicamente...”
A escola é uma instituição que existe num contexto histórico de determinada sociedade.

Grupo:

A escola é o espelho da sociedade em que está, e ela não se altera com relação a sua classificação, pois tem o seguimento da comunidade que se encontra. Ela deve possuir um crescimento mútuo entre professor e aluno, de conscientização e não de propriedades e currículos.


Emilia Ferreiro


Educação


Refere-se a uma descrição por meio do qual a escrita se constitui em objeto de conhecimento para a criança. Como as crianças aprendem? A criança é vista como centro e agente do processo de aprendizagem. Segue a idéia de que a criança precisa pensar sobre a escrita para alcançar a alfabetização.
Também do ponto de vista teórico, as pesquisas de Ferreiro e Teberosky trazem uma contribuição original. Toma como objeto de estudo um conteúdo no qual Piaget não se dedicava – resgatam pressupostos epistemológicos centrais da sua teoria, para aplicá-los a analise do aprendizado da língua escrita.

Grupo:

Emília Ferreiro desviou o enfoque do "como se ensina" para o "como se aprende", colocando assim a escrita no seu devido lugar – como objeto sócio-cultural de conhecimento. A criança aprende os usos e formas da linguagem que serve para escrever ao mesmo tempo em que compreende a natureza do sistema alfabético de escrita.
A idéia de que o aprendiz precisa pensar sobre a escrita para se alfabetizar era revolucionária.

Escola

E. Ferreiro tira da escola o monopólio da alfabetização, colocando no centro dessa questão o sujeito ativo e inteligente que Piaget descreveu. Um sujeito que pensa que elabora hipóteses sobre o modo de funcionamento da escrita porque ela está presente no mundo onde vive, que se esforça por compreender para o que serve e como se constitui esse objeto. Para ela o desenvolvimento da leitura e da escrita começa muito antes da escolarização.

Grupo:

O papel social da escola é de fato fazer com que as crianças aprendam o que nela foram buscar. Mas para E. F. não existe uma função obrigatória de ensino dentro da escola como instituição. Entendemos dessa forma que o ensino não se baseia apenas nas propostas pedagógicas, mas é preciso disponibilizar acesso à língua escrita, assim como para aprender a falar é necessário ter acesso à língua oral. É um material para permitir que as crianças aprendam. Um material que permita a interatividade.


Lev Semynovich Vygotsky

Educação

Para Vygotsky, a aprendizagem e o desenvolvimento estão inter-relacionados desde o primeiro dia de vida do indivíduo.
Um fator relevante para a educação, decorrente das teorias de Vygotsky, a importância da atuação dos outros membros do grupo social na mediação entre cultura e individuo, pois essa intervenção é essencial no processo de desenvolvimento.
A aprendizagem é fundamental ao desenvolvimento dos processos internos na interação com outras pessoas.

Grupo:

O aluno produz conforme o convívio com o seu meio, sendo assim o professor tem o papel de interferir numa aprendizagem, provocando estímulos para o desenvolvimento.

Escola


É um lugar de aprendizagens hierarquizadas e sistematizadas, é um lugar de ampliação dos saberes já existentes e de aquisição de novos saberes para maior inserção social.
Na perspectiva de Vigotysky, a aprendizagem escolar implica, por sua vez, uma compreensão dos particulares sistemas de motivações culturais, que significam os objetos a serem apropriados, como, por exemplo, a apropriação da língua escrita e a formação de conceitos científicos.

Grupo:

Fica claro que as práticas escolares podem exercer mudanças no desenvolvimento cognitivo, e, para viabilizar este processo, é fundamental que possuam uma base dialógica.
Na escola temos a oportunidade de construir novos caminhos. É um lugar onde se agregam valores e se enriquece o que já é conhecido dentro da sociedade e cultura estabelecida.

Referências:


REGO, Tereza C. – Vygotsky: Uma Perspectiva Histórico-cultural da Educação. Editora Vozes.1995
MIZUKAMI, Maria da Graça N. - Ensino: As Aboradagens do Processo. Editora E.P.U. 1996
BAQUERO, R. - Vygotsky e a Aprendizagem Escolar. Editora Artes Médicas, 1998
FREIRE, Paulo. - Educação como Prática de Liberdade. Ed. Paz e Terra, 1999.
FREITAS, Maria Tereza de Assunção - Vigotski e Bakhtin, Psicologia e educação: Um intertexto. Editora Ática, 1994.
FERREIRO, Emília - Alfabetização em Processo. Editora Cortez, 1987.
AZENHA, Maria da Graça - Construtivismo, de Piaget a Emilia Ferreiro. Editora Ática, 1995